Brasil volta ao ranking mundial de crianças não vacinadas, alerta Unicef e OMS
- Giselle
- 21 de jul.
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O Brasil, que por muitos anos foi referência em campanhas de imunização infantil, voltou a figurar em uma lista alarmante: a dos países com maior número de crianças não vacinadas. O dado foi divulgado em julho de 2025 pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e reacende um alerta sobre os rumos da saúde pública no país.
Segundo o relatório, em 2023, 1 milhão de crianças brasileiras não receberam nenhuma dose de vacina essencial no primeiro ano de vida. Isso coloca o Brasil entre os 10 países com maior número absoluto de crianças sem vacinação, ao lado de nações como Índia, Nigéria, Etiópia e Indonésia.
A vacina que apresentou a maior taxa de ausência foi a pentavalente, que protege contra cinco doenças graves: difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b - uma das principais causadoras de meningite em crianças.
Além da ausência total de vacinas em muitos casos, o relatório aponta para baixas coberturas vacinais parciais, o que também compromete a eficácia da imunização coletiva. A Unicef alerta que esse cenário aumenta significativamente o risco de reintrodução de doenças já controladas ou eliminadas no Brasil, como o sarampo e a poliomielite.0
Entre os fatores apontados para esse retrocesso estão:
Desinformação e campanhas antivacina disseminadas nas redes sociais;
Falta de acesso a serviços de saúde em áreas vulneráveis;
Desmobilização de campanhas públicas de vacinação;
Efeitos indiretos da pandemia, que reduziram a frequência de consultas e acompanhamento infantil.
Esse é um dado que preocupa especialmente profissionais da saúde, pediatras e gestores públicos. A imunização é uma das formas mais eficazes, seguras e econômicas de proteger a saúde infantil e prevenir mortes evitáveis. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) reconhece a vacinação como obrigatória e prioritária.
É fundamental que o país retome uma estratégia nacional robusta de vacinação, com ações que envolvam governos, instituições de saúde, profissionais da área e a sociedade civil.
Investir na imunização infantil é investir no futuro do país.




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