A realidade da pediatria no Brasil: formação, desafios e desigualdade regional
- Giselle
- 13 de out.
- 2 min de leitura

A realidade da pediatria no Brasil é marcada por contrastes.
O país forma milhares de especialistas a cada ano, mas enfrenta um desequilíbrio profundo entre o número de pediatras formados e a distribuição desses profissionais pelo território nacional.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), há cerca de 47 mil pediatras ativos no Brasil, sendo uma das especialidades com maior número de profissionais — cerca de 10% do total de médicos especialistas.
Entretanto, mais de dois terços desses pediatras estão concentrados nas regiões Sudeste e Sul, enquanto o Norte e o Nordeste vivem escassez crítica de atendimento pediátrico.
“Em algumas cidades do interior, o atendimento infantil é feito por clínicos gerais, por falta de pediatras especializados.”
Essa má distribuição de profissionais reflete não apenas a concentração de centros formadores, mas também as condições de trabalho e remuneração, que ainda são precárias em muitos serviços públicos.
Jornadas extensas, sobrecarga e baixos salários tornam a pediatria menos atrativa para jovens médicos.
Outro desafio é a estrutura dos cursos e residências médicas. Embora o país tenha ampliado o número de vagas, nem sempre há supervisão adequada ou hospitais com perfil pediátrico para garantir uma formação completa.
“Formar novos pediatras é importante; fixá-los nas regiões mais carentes é essencial.”
A valorização da pediatria passa por políticas públicas de incentivo, melhores condições de trabalho, programas de fixação e investimentos em infraestrutura hospitalar. Sem isso, a infância brasileira continuará desassistida nas áreas mais vulneráveis.
Fontes: Conselho Federal de Medicina (CFM); Ministério da Saúde; Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).




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