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A importância do professor na formação médica no Brasil e o desafio da expansão sem qualificação adequada

  • Foto do escritor: Giselle
    Giselle
  • há 23 horas
  • 2 min de leitura
Equipe médica em reunião ao redor de uma mesa de consulta, discutindo casos clínicos e estratégias de tratamento, em ambiente de hospital ou clínica.
Sem bons professores, não há boa formação médica.

A formação médica no Brasil vive um paradoxo: o país nunca formou tantos médicos — mas também nunca teve uma escassez tão grande de professores preparados para ensiná-los.


Nos últimos anos, o número de cursos de medicina passou de 120 para mais de 390, segundo dados de entidades médicas. Essa expansão acelerada atendeu à demanda por mais profissionais de saúde, mas deixou uma lacuna profunda: a falta de docentes com formação pedagógica e experiência clínica consolidada.


Onde estão os professores de medicina?

O maior número de docentes médicos está concentrado nas regiões Sudeste e Sul, especialmente em universidades públicas e hospitais de ensino. Nessas regiões, há maior estrutura, programas de pós-graduação e oportunidades de capacitação docente.


Já no Norte e Nordeste, a escassez de professores com perfil pedagógico adequado é um obstáculo constante. Muitos cursos acabam sendo sustentados por profissionais recém-formados ou sem preparo específico para o ensino, o que impacta diretamente a qualidade do aprendizado.


“A expansão da medicina no Brasil não pode acontecer sem a valorização e formação dos professores que ensinam medicina.”

Residência médica: o outro gargalo

Além da falta de docentes qualificados, há outro problema: a expansão de vagas em cursos de medicina não foi acompanhada pelo aumento proporcional de programas de residência médica.

Ou seja, cresce o número de graduados, mas não o número de oportunidades para que eles se especializem e desenvolvam habilidades práticas.


Essa desarticulação compromete a formação integral do médico e reflete em todos os níveis do sistema de saúde.


O que precisa mudar

  • Investir na formação pedagógica dos docentes médicos, por meio de cursos e programas de capacitação continuada.

  • Valorizar o professor de medicina, garantindo melhores condições de trabalho, remuneração e reconhecimento.

  • Planejar a expansão de vagas com responsabilidade, vinculando novos cursos à capacidade docente e hospitalar da região.

  • Ampliar programas de residência médica, especialmente nas regiões com menor cobertura.


“Formar bons médicos começa por formar bons professores.”

A qualidade da formação médica no Brasil depende da base que a sustenta: o professor. Sem ele, qualquer expansão se torna frágil — e o futuro da saúde, incerto.


Fontes: Conselho Federal de Medicina; Associação Médica Brasileira; Sociedade Brasileira de Educação Médica; Demografia Médica Brasil.


 
 
 

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