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“Menino, que olheiras são essas? Você deve estar com vermes!”


Uma das muitas frases que as vovós diziam é esta: Episódio 2: “Menino, que olheiras são essas? Você deve estar com vermes!”

Vamos conversar sobre ela:


Menino, que olheiras são essas?

As “olheiras” são bonitinhas no urso panda, nos humanos, ai! ai! ai! Monteiro Lobato, no seu livro Urupês, criou o personagem caipira, descalço, que ficava de cócoras, parecia cansado o tempo todo – o famoso Jeca-Tatu. Essa figura foi associada à anemia, especialmente aquela causada por vermes como o Ancylostoma ou o Necator, conhecida como “Amarelão”. Enfim, as “olheiras” no imaginário popular querem indicar algum problema orgânico. Em tempos nem tão antigos, as “olheiras” foram associadas até com o excesso de masturbação. O tal do “olho fundo” mostra o acúmulo de pigmentos nessa região abaixo dos olhos, quer sejam originados do sangue (hemossiderina), quer sejam da melatonina. As “olheiras” podem estar relacionadas a alguns fatores:


1.            Genéticos: o grupo étnico árabe, por exemplo, é mais propenso. 2.            Conformação do rosto: formato da região das órbitas. 3.            Doenças respiratórias. 4.            Alergias. 5.            Exposição ao sol sem uso de fotoproteção. 6.            Estresse físico ou emocional (sinal de alerta). 7.            Consumo de álcool ou drogas (sinal de alerta). 8.            Falta de sono (sinal de alerta). 9.            Tabagismo (sinal de alerta).


Por estarem literalmente “na cara”, as olheiras podem interferir na autoestima por uma questão estética. Chamamos a atenção dos pais para os fatores assinalados como sinal de alerta. Prestem atenção no comportamento e nos hábitos de seus filhos.

___ Relator: Fernando Manuel Freitas de Oliveira Pediatra, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP. Membro da Comissão de Ensino e Pesquisa da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Coordenador do Blog Pediatra Orienta da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Adriana Monteiro Barros Pires Presidente do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade de Pediatria de São Paulo As queixas de mães e avós, de familiares em geral, sempre devem ser valorizadas, pois trazem um olhar diferenciado da criança. Às vezes, esse olhar vem com um excesso de preocupação e outras com a falta dela. Nas olheiras, por exemplo, esta relação com vermes pode camuflar um problema mais sério como a falta de sono ou um excesso de atividades causando estresse físico, o que pode levar a outros problemas para a criança, como alteração de humor e dificuldade escolar. A avaliação do pediatra é imprescindível para o diagnóstico e condutas adequados. 

Márcia Keiko Uyeno Tabuse Presidente do Departamento Científico de Oftalmologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo As olheiras em crianças podem aparecer ou piorar nos casos de alergia ocular, na qual ocorre uma dilatação dos vasos (vasodilatação) no local. A pele ao redor dos olhos é mais fina e por isso as veias e artérias, quando dilatam sob ela, ficam mais aparentes. Aplicar compressas geladas pode ajudar, pois causa uma vasoconstrição (diminuição do diâmetro dos vasos) e redução das olheiras. Além disso, o coçar constante dos olhos também pode provocar uma alteração na pigmentação da pele ao redor dos olhos.


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