top of page

Conscientização da hemofilia – “Mulheres e garotas também sangram”

  • Foto do escritor: Giselle
    Giselle
  • 22 de abr.
  • 3 min de leitura
A hemofilia não tem cara — mas precisa de atenção desde cedo
A hemofilia não tem cara — mas precisa de atenção desde cedo

Em 17 de abril celebra-se o Dia Mundial de Conscientização da Hemofilia, cujo objetivo é esclarecer as pessoas sobre a hemofilia e outras desordens hemorrágicas. Esse dia é uma homenagem ao aniversário de nascimento de Frank Schnabel, fundador da Federação Mundial de Hemofilia (WFH), entidade que congrega a comunidade de pessoas portadoras, cientistas e profissionais da saúde, todos visando ao avanço e melhoria do cuidado, possibilitando que todos tenham acesso a isso.


A hemofilia é uma doença hereditária, cujos indivíduos não têm a capacidade de impedir o sangramento uma vez que a coagulação está prejudicada, ocorrendo sangramentos desde leves a graves, espontâneos ou após traumas. A hemofilia pode ser A ou B, dependendo do tipo de proteína da coagulação faltante (Fator VIII ou Fator IX, respectivamente).


O diagnóstico precoce é fundamental para uma assistência digna às crianças e para que elas possam ter uma infância plena. O acesso a um tratamento eficaz, que promova redução ou ausência do sangramento e suas sequelas, e que possa integrar o indivíduo na sociedade, é o que se almeja. Muito se conquistou para a melhoria do cuidado dessas pessoas, principalmente para as crianças nos últimos anos com a profilaxia primária: iniciar a reposição de fator antes de se ter um sangramento. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer para que os desafios vivenciados no dia a dia dessas pessoas e suas famílias possam ser enfrentados de forma humana e inclusiva.


Somente com o conhecimento sobre a hemofilia disseminado para a sociedade em que vivemos e todas as nuances envolvidas, desde diagnóstico precoce, tratamento adequado e suporte da equipe multiprofissional, é que o acesso para todos deixará de ser um slogan e se tornará uma realidade.


As associações de pacientes têm um papel fundamental para construção desse processo e no Brasil temos a Federação Brasileira de Hemofilia, desde 1976, participando ativamente dessa jornada.


Este ano, a campanha de” acesso para todos” escolheu um tema ainda pouco conhecido, que é “Mulheres e garotas também sangram”. (“Access for all: Women and girls bleed too”).


Ao longo dos vários anos, as desordens hemorrágicas nas garotas e nas mulheres foram pouco diagnosticadas e pouco tratadas. As mães de pacientes hemofílicos – portadoras de mutação e que apresentavam sangramento significativo – não eram diagnosticadas. E mesmo outras garotas ou mulheres que apresentavam sangramento de difícil controle (principalmente menstrual) não tinham investigação adequada.


Dessa forma, o Dia Mundial de Conscientização da Hemofilia é um chamamento à ação, para que todos os envolvidos, como governos, profissionais de saúde e comunidade trabalhem para essa necessidade não atendida, em que as desigualdades no acesso deixem de ser uma realidade.


Que as campanhas envolvendo as mídias possam desmistificar a hemofilia e as demais doenças hemorrágicas, conquistando assim um papel de destaque para o empoderamento das crianças e suas famílias diante desse desafio que é enfrentar diariamente os vários medos que envolvem o desconhecido diante de qualquer tipo de sangramento.


É importante destacar que as crianças devem ser olhadas de forma integral e que qualquer sangramento persistente em mucosas ou articulações, independentemente da história familiar, deve ser visto com atenção pelos profissionais da saúde.


O hematologista pediátrico pode ajudar nessa missão de melhorar o acesso de nossas crianças a um diagnóstico acurado e precoce e assim promover a qualidade de vida e a certeza de uma infância mais feliz.


Relatora:

Mônica Veríssimo

Hematologista e Hemoterapeuta Pediátrica do Centro Infantil Boldrini – Campinas (SP)


 
 
 

ความคิดเห็น


bottom of page