Dentes de leite: como aliviar o desconforto do bebê de forma segura
- Giselle
- há 1 hora
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Em primeiro lugar, é importante lembrar que seu bebê é único! Assim como o dia em que surgirá o primeiro e depois os demais dentes de leite serão únicos também!
Entretanto, esse momento pode ser influenciado por diversos fatores, como o histórico familiar, as alterações sistêmicas, metabólicas e nutricionais, bem como a prematuridade e a presença de síndromes. Para facilitar o monitoramento dos dentes de sua criança, veja a figura 1 abaixo.
O fato é que quando surge o primeiro dente de leite inicia-se um novo ciclo de desenvolvimento oral e um novo sorriso do bebê, registrando-se um momento muito comemorado pela família. Mas junto com toda essa alegria familiar, frequentemente é relatada a ocorrência de alguns sintomas, como desconforto gengival, irritabilidade, problemas com o sono, diminuição do apetite e a famosa “baba”.
É importante esclarecer: nem todo bebê tem desconfortos nesse período do surgimento dos dentes de leite. Fiquem atentos, pois a presença de outros desconfortos e sintomas pode não estar relacionada com a chegada dos dentes e necessita de avaliação médica!
Orientações para alívio de sintomas da erupção dentária:
O alívio natural é estimulado através do aleitamento materno e da introdução alimentar. Como o aprendizado da mastigação acontece gradualmente, esse período exige paciência e criatividade da família, sendo importante seguir os aconselhamentos profissionais.
Quando o bebê estiver pronto para começar a experimentar alimentos macios e sólidos, a chegada dos dentes de leite será uma grande oportunidade para oferecer alimentos saudáveis, com diferentes sabores, texturas e cores, estimulando o bebê a morder e mastigar. Isso favorece a erupção e o desenvolvimento adequado das arcadas dentárias. Alguns pais gostam de oferecer picolés caseiros com leite materno e frutas, que são deliciosos para os bebês, mas requerem atenção para não machucar pele, lábios, gengiva e língua, pela baixa temperatura.
A massagem na gengiva feita com o próprio dedo ou com dedeiras de silicone, de maneira delicada e muito carinho, sempre é bem-vinda para relaxar e acolher o bebê.
A família pode também utilizar como complemento os mordedores específicos para essa fase. Esses mordedores ou brinquedos levados à boca devem ter formato e composição que não coloquem em risco a segurança da criança ou que possam ser fonte de exposição a desreguladores (interferentes) endócrinos, como o bisfenol (BPA); e nunca colocá-los em freezer.
Não aplicar produtos contendo anestésico local, por riscos de metemoglobinemia.
Não usar colar ou pulseira de âmbar no bebê, porque não há comprovação de eficácia e há risco de aspiração e asfixia.
Agendar nessa fase uma consulta com o odontopediatra, para que sejam realizadas as medidas que favoreçam o alívio desses desconfortos e a promoção da saúde oral.
Fiquem atentos em casa com as mudanças comportamentais e físicas do bebê! Em geral, para aliviar a irritação local, o bebê normalmente coloca espontaneamente tudo na boca e acaba se contaminando com vírus, bactérias e fungos. Desta forma, outros quadros sistêmicos podem ser observados e exigirem consulta com médico pediatra, em especial quando for observada a presença de febre, diarreia ou nos casos de urgência, quando o bebê acidentalmente colocar algo indevido na boca.
Relatora: Dóris Rocha Ruiz, Membro do Núcleo de Estudos de Saúde Oral da Sociedade de Pediatria de São Paulo
Colaboradoras: Ana Flavia Calvo, Cristina Giovannetti Del Conte, Juliana Kimura, Núcleo de Estudos de Saúde Oral da Sociedade de Pediatria de São Paulo
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