Cardiopatias congênitas – importância do diagnóstico precoce
- Giselle
- 13 de jun.
- 2 min de leitura

Você sabia que as cardiopatias congênitas são as anomalias congênitas mais comuns ao nascimento? Estima-se que a cada 100 bebês nascidos vivos, 1 nasce com algum tipo de defeito estrutural no coração. Isso representa cerca de 29 mil novos casos por ano no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
O Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita, celebrado em 12 de junho, tem como principal objetivo informar e sensibilizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce, do tratamento adequado e do apoio às famílias que convivem com essa condição.
As cardiopatias congênitas são alterações na formação do coração e dos grandes vasos que ocorrem ainda na fase embrionária, durante a gestação. Essas alterações podem comprometer a oxigenação adequada do organismo e, se não identificadas precocemente, podem levar a complicações graves nos primeiros dias, semanas ou meses de vida.
E como detectar precocemente?
O diagnóstico pode ser feito ainda durante a gestação, por meio da ecocardiografia fetal, exame indicado para todos, mas principalmente quando há alterações no ultrassom morfológico, histórico familiar de cardiopatias ou fatores de risco maternos, como diabetes ou uso de medicamentos teratogênicos.
Após o nascimento, alguns sinais de alerta merecem atenção:
Cianose (coloração arroxeada na pele, lábios ou unhas)
Dificuldade para mamar
Suor excessivo
Dificuldade de ganho de peso
Sopros cardíacos detectados na ausculta
Além disso, a realização do teste de oximetria de pulso, conhecido como teste do coraçãozinho, é fundamental. Esse exame, obrigatório por lei em todo o território nacional, deve ser feito nas primeiras 24 a 48 horas de vida e pode indicar a necessidade de investigação com ecocardiograma.
Ainda hoje, muitas crianças com cardiopatias congênitas recebem o diagnóstico tardiamente, o que pode comprometer a eficácia do tratamento. Conscientizar profissionais de saúde, pais e cuidadores sobre os sinais clínicos e a importância do rastreio precoce é uma das ferramentas mais poderosas que temos para mudar essa realidade.
A maioria das cardiopatias congênitas pode ser tratada, seja por meio de medicações, procedimentos intervencionistas ou cirurgias cardíacas. Crianças com cardiopatias podem sim ter um desenvolvimento dentro da normalidade e levar uma vida saudável quando recebem assistência adequada desde o início.
As famílias que recebem o diagnóstico de uma cardiopatia congênita enfrentam desafios emocionais, logísticos e, muitas vezes, financeiros. Por isso, o acompanhamento multidisciplinar, com equipe composta por cardiopediatra, cirurgião cardíaco, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, é essencial.
Além disso, o acolhimento e a informação clara ajudam a reduzir o medo, fortalecer o vínculo familiar e melhorar os desfechos clínicos. A participação em grupos de apoio também pode ser uma fonte importante de troca e esperança.
Por esse motivo, neste dia 12 de junho renovamos o nosso compromisso com a conscientização, o diagnóstico precoce e o cuidado integral às crianças com cardiopatias congênitas. Que mais profissionais estejam capacitados, mais famílias sejam acolhidas, e mais crianças tenham acesso ao que é seu por direito.
Relator: Gustavo Foronda, Presidente do Departamento Científico de Cardiologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo
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