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Uso excessivo de telas em adolescentes está ligado ao aumento de suicídio

  • Foto do escritor: Giselle
    Giselle
  • há 11 minutos
  • 2 min de leitura
Uso excessivo de telas pode aumentar risco de suicídio entre adolescentes. Profissionais, atenção!
Uso excessivo de telas pode aumentar risco de suicídio entre adolescentes. Profissionais, atenção!

O crescente uso de dispositivos digitais por crianças e adolescentes tem chamado a atenção de especialistas da saúde em todo o mundo. Agora, um estudo publicado em dezembro de 2024 pela revista científica PLOS ONE acende um alerta vermelho: o uso excessivo de telas e redes sociais está diretamente associado ao aumento de comportamentos autolesivos e de suicídio entre adolescentes.


A pesquisa, intitulada “The impact of screen time and social media on youth self-harm behaviour and suicide”, realizou uma revisão sistemática de mais de 40 estudos científicos envolvendo mais de 1,2 milhão de jovens de até 18 anos, provenientes de diversos países. O objetivo foi analisar como o tempo gasto em frente às telas — seja com redes sociais, jogos eletrônicos ou vídeos — influencia a saúde mental de crianças e adolescentes.


Principais conclusões do estudo

  • Jovens que passam mais de três horas por dia nas redes sociais apresentam risco significativamente maior de desenvolver sintomas depressivos, ideação suicida e autolesões.

  • Entre os adolescentes de 10 a 14 anos, o risco de tentativa de suicídio dobra quando o tempo de tela ultrapassa 5 horas por dia.

  • Meninas são mais vulneráveis aos impactos psicológicos do uso excessivo de redes sociais, devido à maior exposição a conteúdos que estimulam comparação corporal, baixa autoestima e cyberbullying.

  • Os efeitos nocivos são agravados pela privação do sono, redução do tempo de atividades físicas e diminuição da interação social presencial.

  • O estudo também apontou alterações neurológicas em adolescentes com uso abusivo de telas, semelhantes às observadas em dependentes químicos, afetando o desenvolvimento do córtex pré-frontal e o controle emocional.


O papel de médicos e profissionais de saúde

Diante desses achados, é fundamental que pediatras, psiquiatras, enfermeiros e demais profissionais da saúde estejam atentos aos sinais precoces de sofrimento emocional ligados ao uso digital. Sintomas como isolamento, irritabilidade, distúrbios do sono, piora no rendimento escolar e desinteresse por atividades sociais podem indicar a necessidade de intervenção.


A educação digital e a orientação aos pais sobre os riscos do uso precoce e prolongado de telas devem fazer parte das consultas pediátricas. Segundo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças menores de dois anos não devem ser expostas a telas, e o tempo deve ser progressivamente limitado conforme a idade, sempre com supervisão e pausas frequentes.


Uma recomendação prática é a regra do 20-20-20: a cada 20 minutos de tela, a criança deve olhar por 20 segundos para algo a 6 metros de distância. Além disso, é essencial promover atividades ao ar livre, momentos de convivência familiar e uma rotina equilibrada de sono e alimentação.


Conclusão

O estudo publicado no PLOS ONE reforça que o uso excessivo de telas em adolescentes não é um hábito inofensivo: trata-se de um fator de risco relevante para autolesões, ideação suicida e tentativas de suicídio. Profissionais da saúde devem estar preparados para identificar esses riscos, orientar famílias e encaminhar para suporte especializado quando necessário.


A prevenção começa com informação, escuta ativa e vigilância cuidadosa. Em tempos digitais, proteger a saúde mental das crianças e adolescentes é tão importante quanto cuidar do corpo físico.


 
 
 

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