“Todas as mães se parecem, só muda o endereço”
- Giselle
- há 51 minutos
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Parafraseando essa frase conhecida, parabenizo todas as mulheres que exercem essa difícil e gratificante missão – a de cuidar de um novo ser.
Tanto o desejo de ser mãe, quanto o amor incondicional de uma mãe para com o filho(a), sabe-se hoje, que não são tão naturais quanto se julgava antes. A maternagem (conjunto de práticas e cuidados da mãe para o filho, para garantir seu bem-estar físico, emocional e social) é aprendida, tem que ser cultivada para florescer.
Neste mundo globalizado e interconectado, em boa parte das sociedades modernas, a mulher enfrenta um desafio maior do que antigamente, para o exercício do modo de ser mãe.
Hoje é mais desafiador para a mulher conciliar os diversos papéis a desempenhar: de mulher – inescapável e fundamental; de mãe – a cuidadora de um novo ser e promotora do seu desenvolvimento e crescimento; a de profissional – estar apta para o mercado de trabalho. Há um outro fenômeno que impacta nessa equação: o “encolhimento” da família, que hoje está cada vez mais restrita ao núcleo primário (pai, mãe e filhos). A família estendida (avós, tios e primos) convive cada vez menos e por pouco tempo com esse novo núcleo familiar. A maternagem, nesta nova realidade, pode recair com mais intensidade sobre a figura materna.
Quero homenagear todas as mulheres que optaram pelo exercício da maternagem – tanto aquelas que geraram pela gravidez quanto aquelas que geraram pelo amor, em seus corações, uma nova criatura. Quero, através da ‘mãe pediatra’, minhas colegas de profissão, fazer essa justa homenagem. Tive a oportunidade de conviver no ambiente de trabalho com algumas colegas em seus diversos momentos de maternagem. Percebi as suas dores e angústias, suas preocupações, o cansaço físico e mental.
Pude acompanhar diversas separações da mãe em relação a seu filho(a): a primeira delas, grande e marcante, é a volta ao trabalho, após a licença-maternidade; distância que pode ser mitigada pela tecnologia maravilhosa do ‘big brother’ eletrônico – poder ver e falar com a criança por áudio e vídeo. Serve, também, para suavizar a saudade. A segunda separação, a ida para a escola, pode deixar a impressão de que o filho ou a filha estão ficando independentes. Esse é um dos paradoxos de ser mãe: “devo soltar, mas não quero soltar”. Acaba sendo uma contradição: o objetivo principal de toda maternagem é criar filhos para a vida e que sejam plenamente desenvolvidos, capazes e independentes.
Relator:
Fernando MF Oliveira, Coordenador do Blog Pediatra Orienta da SPSP