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Cuidados com a saúde masculina começa na infância

  • Foto do escritor: Giselle
    Giselle
  • há 6 horas
  • 4 min de leitura
Médico conversando com uma criança em um consultório, ambos sorrindo, em ambiente clínico bem equipado, transmitindo cuidado e confiança.
O cuidado com a saúde masculina começa na infância.

Neste mês de novembro, queremos ressaltar que a saúde do homem começa desde a infância: pediatra orientando higiene pessoal e hábitos saudáveis, como alimentação, sono, esporte. Lembrar que o cuidado desde criança vai fazer com que o adulto se preocupe e continue a cuidar de sua saúde.


Por isso nós pediatras e hebiatras (médicos de adolescentes) também nos engajamos nessa campanha e queremos conversar com os pais, crianças e adolescentes sobre prevenção e cuidados.


Toda prevenção de agravos à saúde deve ser iniciada na puericultura. O pediatra tem uma ligação de longa data com os pais, e desse modo pode preparar a família a desenvolver o autocuidado e a falar sobre esses temas de forma mais natural com seus filhos.


Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) na adolescência são um problema preocupante, pois muitas vezes não apresentam sintomas, podendo levar a complicações sérias como infertilidade e até câncer, especialmente se não tratadas precocemente. As mais comuns incluem clamídia, gonorreia, sífilis, HPV (Papilomavírus humano) e herpes genitalvírus (Herpes simplex tipo 1 e tipo 2). Além das hepatites B, C e o HIV.


O que torna adolescentes vulneráveis a essas doenças é a falta de informações adequadas, passadas de forma clara e sem julgamentos. Por isso a educação em sexualidade nas escolas e a consulta com o pediatra são tão importantes. Assim como ter acesso a preservativos em locais em que os adolescentes não se sintam expostos ao adquiri-los e manter a carteira de vacinação em dia.


Como se proteger das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)

Apesar do método mais eficaz de prevenção das ISTs continuar sendo o uso de preservativos, algumas ISTs também devem ser prevenidas por meio de vacinas, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) e/ou nas clínicas particulares. É o caso das vacinas de HPV e da hepatite B.


Vacina contra HPV protege contra quatro ou nove sorotipos do vírus

O vírus HPV compreende uma família com muitos subtipos, vários dos quais afetam a região genital, incluindo aqueles responsáveis por desencadear cânceres de colo do útero, vagina, ânus, vulva, pênis e câncer de orofaringe, além de verrugas genitais. A vacina de HPV quadrivalente está disponível no SUS e a de HPV nonavalente nas clínicas particulares.


Vacina da hepatite B

A hepatite B é uma infecção viral, silenciosa, que prejudica o funcionamento do fígado e, ao longo do tempo, se não for tratada, lesiona consideravelmente os tecidos do órgão, podendo levar a uma cirrose hepática. Transmitida por meio de sangue e fluidos corporais, é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), uma vez que a transmissão mais comum é a sexual. A vacina de hepatite B encontra-se disponível no SUS e é importante para a proteção.


Existem outras vacinas superimportantes para os adolescentes, como:

Meningite ACWY

A vacina da meningite ACWY previne meningites e infecções generalizadas causadas pela bactéria meningococo dos tipos A, C, W e Y e está disponível no SUS dos 11 aos 14 anos de idade.


Meningite B

A vacina da meningite B previne meningite e infecções generalizadas causadas pela bactéria meningococo do tipo B. Tem em rede privada, sendo feita em duas doses, com intervalo de um a dois meses a partir de três meses de idade.


Vacina DTpa ou DT

Nas unidades de saúde é feita a DT (difteria/tétano) como dose de reforço entre 14 e 15 anos. Enquanto a DTpa (difteria/tétano/coqueluche) tem a mais a coqueluche e é encontrada em rede privada.


Vacina Qdenga

A vacina contra a dengue previne a infecção causada pelos quatro sorotipos do vírus: Denv-1, Denv-2, Denv-3 e Denv-4. Indicada para crianças a partir de quatro anos de idade e disponível na rede pública dos 10 aos 14 anos, feita em duas doses com intervalo de três meses.


Vacina da gripe (Influenza)

Vacina contra a gripe: Trivalente encontrada no SUS e a quadrivalente em rede privada.


A importância da higiene íntima masculina e saúde genital

Dados do Sistema Único de Saúde – SUS – revelam que toda semana, em média, nove homens sofrem amputação de pênis no Brasil.


Medidas simples como uma higienização adequada evitam a maioria das afecções que acometem os homens.


A limpeza adequada do pênis com água e sabão, puxando o prepúcio para higiene da glande, deve ser realizada todos os dias e após prática sexual para quem já iniciou atividade sexual.


Como higienizar o pênis?

A lavagem é simples e deve ser feita com água e sabão, na hora do banho. Para limpar o pênis, o adolescente precisa afastar o prepúcio e expor a cabeça do órgão, conhecida como glande. Muitas vezes a urina que fica embaixo da pele (prepúcio) é ácida e pode causar inflamação, caso não tenha uma boa higienização.


A lavagem feita com água e sabão minimiza o risco de se ter um tumor de pênis ou doença mais grave.


Outro tópico importante é a saúde dos testículos

O alerta é: inchaço inexplicável e dor deve ser imediatamente avaliado pelo médico. Existem doenças como a torção de testículo que, se não resolvida em poucas horas, pode levar à perda do órgão.


A avaliação periódica é importante: a avaliação com o médico de adolescentes pode prevenir infertilidade na vida adulta, pois algumas doenças, como a varicocele, causada pelo mau funcionamento das válvulas das veias, podem levar ao acúmulo de sangue e à dilatação local.


A produção de espermatozoides pode ser prejudicada. Na maioria das vezes é indolor e é a principal causa de infertilidade em homens adultos.


Fimose

A fimose é uma condição em que o prepúcio (pele que recobre o pênis) não se expõe, ou seja, não pode ser retraído, o que dificulta a exposição da glande (cabeça do pênis).


Ela é uma situação fisiológica que se resolve até a idade de três anos com uma higiene adequada. Até os três anos de idade, metade dos meninos já retraem o prepúcio e na adolescência quase todos já resolvem.


A fimose, se não tratada, pode evoluir para câncer de pênis e outras doenças; o tratamento é cirúrgico.


Enfim, essas e muitas outras orientações podem ser dadas pelo médico de adolescente, encaminhando se necessário para o especialista.


Relatoras: Carolina Maria Soares Cresciulo, Elisiane Elias Mendes Machado,

Elizete Prescinotti Andrade e Maíra Pieri, Departamento Científico de Adolescência da SPSP


 
 
 

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